“Ah, tem uma repetição, que
sempre outras vezes em minha vida acontece. Eu atravesso as coisas – e no
meio da travessia não vejo! – só estava era entretido na idéia dos lugares de saída e de chegada. Assaz o senhor sabe: a gente quer passar um rio a nado, e passa; mas vai dar na outra banda é num ponto muito mais em baixo, bem diverso do que em primeiro se pensou. Viver não é muito perigoso?”
Guimarães Rosa

Abordagem clínica
Orientada pela Psicanálise, ofereço um tipo especial de escuta, que investiga certos processos psíquicos, inconscientes, dificilmente acessíveis por outro método, e que originam sofrimentos excessivos, desgastantes ou incapacitantes.



O processo terapêutico orientado pela psicanálise objetiva conduzir a pessoa que se submete a ele para um ponto diferente daquele que se encontrava no início do tratamento, no qual possa, em seus próprios termos, substituir o sofrimento e o desprazer por formas mais leves, criativas e emancipadas de enfrentar a realidade.
Para isso, psicóloga e cliente conversam, dando especial atenção tanto para o que é dito em um nível mais manifesto, como para o que é apenas aludido, ou até mesmo não dito, em um nível mais latente.
À medida que a investigação do inconsciente prossegue é possível notar que seu resultado é uma abertura de sentidos, que produz efeitos terapêuticos, de alívio, além de ressaltar a singularidade de uma determinada história e apontar para a verdade daquela pessoa.
Assim, um percurso analítico redimensiona as narrativas que o sujeito construiu sobre si mesmo, sobre os outros e sobre os significados de sua vida, retirando-o da estagnação e da angústia que o fizeram buscar ajuda.
De maneira atenta, implicada, reservada e ética estou aqui para lhe acompanhar neste processo. Meu convite é para que se sinta à vontade para falar sobre o que te ocupa.




Algumas perguntas
Sobre a abordagem psicanalítica
O que é psicanálise?
A psicanálise é uma teoria, um método e um tratamento. Enquanto uma corrente de estudos psicológicos tem como pressuposto a existência de conteúdos psíquicos dos quais não nos damos conta, denominados por isso de inconscientes, e que apresentam efeitos sobre nós. Determinam atitudes e comportamentos muitas vezes causadores de sofrimento. Então, como teoria, a psicanálise pressupõe o inconsciente; como método, investiga o psiquismo humano e como tratamento, visa, o quanto possível, tornar esse conteúdo psíquico consciente e, assim, abrir vias de possibilidade para uma vida com menos sofrimento.
Por quê uma pessoa procura terapia?
De modo geral, uma pessoa procura terapia para viver melhor. No entanto, os motivos que as pessoas encontram para iniciar esse processo são tão variados quanto possível. Com frequência, vêm por algum sofrimento que entendem ser muito difícil de ser solucionado sem auxílio ou por se verem tomadas por um insistente sentimento de angústia, de apreensão, de preocupação ou ansiedade. Assim, alguns localizam suas motivações de maneira bastante específica, outros as experimentam de maneira difusa, pouco definida.
O que acontece dentro do consultório, ao longo da sessão?
Acontece basicamente uma conversa, terapeuta e cliente conversam com o objetivo de desvelar o papel do inconsciente naquela história. Mas acontece, também, de tudo. São muitas surpresas! Cada um vem de uma forma, cada um traz uma questão, cada um apresenta um modo de se relacionar com este espaço. O que configura sempre um novo – e interessante – desafio.
Como acontece a transformação do sofrimento no processo proposto pela psicanálise?
O tratamento que a psicanálise nos ensina a dar para as forças que nos movem, e que tantas vezes aparecem como angústia, acontece pela via da fala, da expressão de si, e da construção de caminhos psíquicos mais saudáveis para as ideias e para os afetos que nos habitam. Acontece pela paulatina construção de uma nova atitude acerca de si mesmo, dos outros e do ambiente em que se vive.
Qual a natureza da relação que se estabelece entre terapeuta e cliente?
É uma relação de afeto, que pode assumir diversas tonalidades ao longo do processo. Há momentos para afetos amorosos, há momentos para afetos hostis. Momentos e formas de expressão intimamente relacionadas à história pessoal de cada um e que serão acolhidos e trabalhados em prol da construção de um vínculo que esteja a favor do tratamento.
Psicanálise é um processo de educação?
Não.
Existe cura para a psicanálise?
Sim, se cura for entendida enquanto uma forma de promover alívio de um sofrimento excessivo e a chance de viver da melhor maneira possível a cada um.
O que é ser psicanalista para você?
Ser psicanalista para mim é um processo de construção de um lugar, que se sustenta enquanto um desejo meu, no dia-a-dia da clínica junto às pessoas que me procuram. É também uma das funções mais interessantes a que me proponho: oferecer uma escuta cuidadosa e intervir de maneira respeitosa para que as pessoas, em seus próprios termos e com seus próprios recursos, possam viver melhor, com menos sofrimento.



